MINISTRO DA DEFESA DO BRASIL NELSON JOBIM PAGA GERAL E HUMILHA JUDICIÁRIO
Sempre causa-me estranheza a imagem do ministro da Defesa, Nelson Jobim, vestido com roupas militares. Por mais que ele tente parecer natural, com cara de combatente, fico com a impressão do esforço despendido para usar a indumentária sem parecer artificial. A mais recente fotografia do nosso comandante foi feita durante visita a um hospital de campanha em Porto Príncipe, capital do Haiti. Lá estava Jobim com uniforme camuflado e quepe do Exército — o político também já foi visto, em território nacional, dentro de trincheiras e ao lado de animais selvagens, como sucuris e onças.Do ministro da Defesa, Nelson Jobim, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, durante reunião, esta tarde, no Palácio do Planalto, sobre a violência na Amazônia que custou a vida de cinco líderes sindicais e lavradores da semana passada para cá:
- O Poder Judiciário no Brasil é péssimo!
A presidente Dilma Rousseff não comentou o que Jobim disse. Mas a fala dele foi a senha para que os governadores Simão Jatene (PSDB-PA), Omar Aziz (PMDB-AM) e Confúcio Moura (PMDB-RO) descessem o cacete na Justiça.
As críticas de Jobim e dos governadores foram ouvidas em silêncio também por quatro outros ministros: José Eduardo Cardoso (Justiça), Maria do Rosário (Secretaria Nacional de Direitos Humanos), Afonso Florence ( Desenvolvimento Agrário) e Gilberto Carvalho (Secretaria Geral da Presidência).
Antes de Dilma entrar na sala da reunião, ao lado do seu gabinete, um assessor desligou o ar-condicionado. “A presidenta sempre se queixa do frio que faz no palácio”, alegou.
Dilma queixou-se do programa Terra Legal, criado ainda no governo Lula por inspiração do então ministro de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger.
- O Terra Legal é um atraso só – disse Dilma.
Ela participou da reunião entre 16h15 e 18h. Foi embora porque tinha outro compromisso. A reunião terminou uma hora depois com o apelo feito por Gilberto Carvalho:
- Queria fazer um apelo a vocês para que não vazem informações sobre as críticas feitas ao Judiciário. Isso evitará que se abra uma nova frente de batalha contra o governo.
Pois é. Vazou. (Blog do Noblat)
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