Governo diz que pleitos de grevistas não serão atendidos
O governo não apresentou nenhuma proposta na primeira reunião realizada com os grevistas, na manhã desta terça-feira...
O
governo não apresentou nenhuma proposta na primeira reunião realizada
com os grevistas, na manhã desta terça-feira. No encontro,
representantes da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público
Federal (Condesef) e o comando de greve das cerca de 30 categorias
paralisadas voltaram a apresentar ao secretário de Relações do Trabalho
do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, o pedido de correção
das distorções salariais.
Na
prática, isso significa a equiparação de salários de servidores
públicos de nível superior com o que é pago a cinco carreiras que
tiveram um reajuste diferenciado com a Lei 12.277, de 2010. Com ela,
engenheiros, arquitetos, geólogos, economistas e estatísticos passaram
a ter um piso salarial de R$ 5.460,02 e um teto de R$ 10.209,50. Esse
número atingiria 20 mil servidores ativos do Executivo Federal e
representaria 78% de aumento, segundo a Condesef. O pedido de reajuste
para os servidores de outros níveis é de 30%.
Um
novo encontro com a Condesef foi marcado para sexta-feira, pela manhã,
quando o governo pretende apresentar uma contraproposta. No entanto, o
secretário-geral da entidade, que reúne 80% das categorias em greve,
Josemilton Costa, já sabe que não terá suas reivindicações atendidas.
"O governo não antecipou nada, mas o Sérgio (Mendonça) disse que as
possibilidades deles estão distantes do nosso pedido". Após reunião de
sexta-feira, a Condesef vai reunir a categoria para discutir os rumos
da greve.
A
determinação do governo de cortar o ponto dos servidores que não
comparecerem ao trabalho, por conta da greve, não preocupa Costa. Para
ele isso não afetará a paralisação. "Isso já havia sido decidido antes
pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) e a greve se fortaleceu". Ainda
nesta terça-feira, o secretário de Relações do Trabalho se reúne com
representantes dos grevistas do Ministério do Desenvolvimento Agrário e
do Incra e com os técnicos administrativos e servidores da Fiocruz.
Neste
momento, cerca de 200 manifestantes bloqueiam a entrada principal do
Ministério do Planejamento e pretendem permanecer em vigília durante
todo o dia. O acampamento dos grevistas, montado em frente à Catedral,
na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, deve reunir cerca de 10 mil
pessoas até a noite. Está prevista para esta quarta-feira uma marcha de
15 mil servidores pela Esplanada dos Ministérios. A ideia é sair da
Catedral e seguir em direção ao Palácio do Planalto.
Policiais federais
Cerca
de 50 policias federais de São Paulo compareceram ao Hemocentro do
Hospital das Clínicas na manhã desta terça-feira para doar sangue. O
ato, organizado pelo Sindicato dos Servidores da Polícia Federal
(Sindpolf-SP), faz parte de uma série de protestos sendo realizados
pela categoria desde terça-feira passada, quando entrou em greve em
todo o País.
A
manifestação, de acordo com comunicado divulgado pelo sindicato, é um
ato simbólico. "Mesmo em greve continuamos dando o sangue pelo Brasil",
diz a nota. Pela legislação trabalhista, trabalhadores que doam sangue
são dispensados do serviço no dia e não tem a falta descontada.
Os
policiais querem chamar atenção para reivindicações de agentes,
papiloscopistas e escrivães: reajuste salarial, reconhecimento de
carreiras como sendo de nível superior e contratação de mais
servidores. Operações-padrão nos aeroportos internacionais - revistas
mais rigorosas das bagagens e passageiros - também têm sido empregada
durante a greve.
Na
capital paulista, a doação de sangue foi usada na sexta-feira passada
por agentes da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) para faltar ao
faltar ao trabalho e pedir melhores salários.

Nenhum comentário:
Postar um comentário