Roberto Carlos sobre indiciamento: ‘Não estou nem por dentro’; defesa aguardará Ministério Público
Foto: Glauber Guerra/Bahia Notícias
O deputado estadual Roberto Carlos (PDT), corregedor da Assembleia Legislativa (AL-BA) – indiciado pela Polícia Federal
por formação de quadrilha, peculato, sonegação fiscal e lavagem de
dinheiro, ao lado de oito funcionários que seriam “fantasmas” em seu
gabinete –, está despreocupado com a conclusão do inquérito policial.
Contatado pelo Bahia Notícias, o parlamentar, cujo afastamento da
função pública foi requerido pela PF ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), disse desconhecer os desdobramentos da Operação Detalhes. “Quem
está falando sobre isso é o doutor João Daniel [Jacobina, seu advogado
de defesa]. Eu não estou nem por dentro. Estou no interior fazendo
campanha para o povo”, despistou o pedetista. O seu defensor, ao
contrário, esclareceu que a defesa aguardará o Ministério Público
Federal (MPF) se manifestar sobre o caso. “Na verdade, nesse momento a
Polícia Federal encerra o inquérito policial e o MP é quem decide. O
relator do TRF encaminha ao MP, que é quem vai dizer se haverá ou não
ação penal. A acusação formal não existe ainda”, explicou Jacobina, em
entrevista ao BN. A apuração das supostas irregularidades foi originada
em 2008, após o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf)
emitir um relatório para a PF de Juazeiro, base eleitoral do
parlamentar. Segundo o Coaf, que observou indícios de incorreções nas
movimentações de pessoas ligadas ao parlamentar, as transações de
familiares do pedetista, como mulher e filho, não condiziam com os seus
ganhos reais. Em 2010, houve a abertura do inquérito, que culminou na
quebra dos sigilos bancário e fiscal dos nove envolvidos. O
procedimento identificou que alguns servidores recebiam o salário – que
variava de R$ 3 mil a R$ 8 mil – e repassavam parte ou até mesmo todo o
dinheiro para os parentes de Roberto Carlos. Para tentar evitar
suspeitas, os valores eram transferidos indiretamente para contas de
terceiros. Jacobina argumenta que a PF não teria competência para apurar o suposto desvio de dinheiro.
Evilásio Júnior/BN
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