quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Email: Enviado: Por:Davis Sena Filho — 06/01/1983 Editor: Blog: da Dilma Rousseff e Palavra Livre: A Festa do Boêmio — Duelo do Sonrisal

       A Festa do Boêmio — Duelo do Sonrisal


(Aos amigos Arnon Café de Moura e Marco Antônio Alvim)
ESPAÇO BICO DE PENA Blog Palavra Livre
Heitor dos Prazeres
O boêmio bebeu a vida.
Tudo que é tipo de bebida.
Bebeu conhaque, cachaça, rum.
Não satisfeito bebeu formicida.
Acontece que ele não morreu.
Continuou a sua bebedeira.
Bebeu muito com alguma companheira.
E dormiu nos braços de Orfeu.
Chegou o dia, e o boêmio acordou.
Sem ressaca, sem dor, sem dor...
Foi ao botequim, bebeu à beça.
Tudo de um gole, sem dar conversa.
Logo depois apareceu um seresteiro,
Uma mulata e um preto com pandeiro.
Chamaram o boêmio; fizeram uma aposta:
Quem cantava e bebia sem perder a bossa.
O trio tinha um ar de zombeteiro.
Não sabia que o boêmio era puro enredo.
Cantou modinha, samba e bolero...
Bebeu tudo que tinha, sem fazer mistério.
Dançou tango, e falou: não há remédio.
Canto e danço, estremeço qualquer boteco.
Mostrou a eles como se dança o xaxado.
Terminou a festa virando um rabo-de-galo.
Chegou outro dia, o boêmio acordou.
Ganhou a aposta, e não rebolou...
Abriu a janela: que coisa genial!
O trio na farmácia tomando sonrisal.
Davis Sena Filho — 06/01/1983

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