Em
nova reunião de avaliação sobre as defluências praticadas na bacia do
rio São Francisco, realizada na sede da Agência Nacional de Águas (ANA)
em Brasília, nesta quinta-feira (9), as previsões dos técnicos não são
nada animadoras. Um novo encontro do setor elétrico (Cemig, Chesf, ONS)
com os órgãos governamentais, incluindo a ANA, vai apresentar aos
membros do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco o
planejamento para os próximos meses em relação ao nível do rio São
Francisco.
Os técnicos dos órgãos federais
vislumbram um cenário mais conservador que o atual para os próximos
meses, em virtude da atual estiagem, segundo dizem, pior até mesmo do
que a verificada no período que provocou o racionamento de energia no
ano de 2003.
Com relação à represa de Sobradinho, na
Bahia, a defluência atual de 1.100 metros cúbicos por segundo deve
permanecer até o final de outubro, mas existe a proposta de reduzir o
nível do rio para apenas 900 metros cúbicos por segundo nos períodos de
carga leve, de zero hora às 7h, entre novembro e dezembro, e aumentá-la
para 1.700 metros cúbicos por segundo, com média de 1.500 nos períodos
de maior demanda. O objetivo seria aliviar o reservatório de Tucuruí, no
rio Tocantins, de forma a atender ao aumento da necessidade de maior
geração de energia.
Além disso, ficou definido que a represa
de Três Marias, em Minas Gerais, terá a defluência reduzida de 150
metros cúbicos para 140 metros cúbicos por segundo até o final de
outubro, podendo chegar a 120 após esse prazo.
Diante da nova proposta de redução,
confirmada pelos técnicos do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e
Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o presidente do CBHSF, Anivaldo
Miranda, avisou que o colegiado não irá participar de qualquer aprovação
nesse sentido e permanecerá vigilante. Para ele, é a parte interessada
– ou seja, o setor elétrico – quem deve dar a notícia. “Entendemos
as dificuldades, mas é necessária uma discussão com todos os usuários da
bacia. O setor elétrico não pode impor, goela abaixo, suas opiniões e
decisões. Essa variação tem consequências gravíssimas na questão
ambiental”, alerta Miranda. As informações são do Comitê.
Nenhum comentário:
Postar um comentário