STF vai compartilhar com a Câmara investigação sobre Jaqueline Roriz
Deputada foi gravada recebendo dinheiro de delator do mensalão do DEM.
Na semana passada, parlamentar disse que não renunciaria ao mandato.
A deputada Jaqueline Roriz, em foto de fevereiro
de 2010 (Foto: Valter Campanato / Agência Brasil)
O ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa, relator do inquérito que investiga a deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF), autorizou o compartilhamento das informações do caso com a Câmara dos Deputados. A decisão foi assinada na semana passada, mas a Câmara só foi comunicada nesta quarta-feira (13).de 2010 (Foto: Valter Campanato / Agência Brasil)
A parlamentar é investigada em inquérito no STF depois de ter sido gravadao, ao lado do marido, Manoel Neto, recebendo um pacote de dinheiro de Durval Barbosa, pivô do escândalo de corrupção que ficou conhecido como mensalão do DEM de Brasília.
Na semana passada, a deputada disse que não renunciaria ao mandato e que tinha a consciência limpa.
Além do inquérito no STF, Jaqueline responde a processo de cassação que tramita no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara. O pedido, feito pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, foi concedido pelo ministro por não haver motivo legal para manter o sigilo das provas.
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Na decisão, Joaquim Barbosa determinou o envio à Câmara do vídeo, gravado por Durval Barbosa, além de depoimentos nos quais o ex-secretário esclarece o contexto de suas relações com a investigada."O vídeo contém gravação clandestina, realizada por um dos interlocutores – Durval Barbosa –, inexistindo obrigação de guardar segredo, por não conter dados da intimidade da investigada. Assim, ausente causa legal ou constitucional de sigilo, defiro o pedido”, afirmou o ministro.
Reunião
O relator do processo de cassação que tramita no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) vai ser reunir nesta quinta-feira (14) com o ministro Joaquim Barbosa. A reunião foi solicitada pelos deputados antes da autorização para o acesso ao inquérito que tramita no STF.
No dia 6 de abril, depois de pouco mais de um mês distante da Câmara, Jaqueline Roriz retornou ao Congresso e se reuniu com o presidente do colegiado para apresentar os argumentos de sua defesa.
A deputada do PMN disse ainda que não iria comentar as imagens em que aparece recebendo dinheiro para não prejudicar sua defesa. “Me guardo o direito de neste momento me calar, porque necessito esperar formalmente as acusações. Segundo os meus advogados, seria certo este procedimento. Vou aguardar que a Justiça e os nossos advogados, que cumpriram todos os prazos regimentais dessa Casa, sigam com o procedimento”, afirmou.
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