O Ministério Público da Suiça divulgou relatório sobre o caso de corrupção em contratos públicos da empresa francesa Alstom no Brasil. Segundo o documento, que cita ex-diretores da Eletropaulo e um conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, um suposto caixa 2 da empresa teria sido usado pelo banqueiro suíço Oskar Holenweger para distribuir mais de US$ 2 milhões em propinas. Entre as acusações apresentadas, estão transferências bancárias entre contas da empresa e de funcionários públicos de São Paulo.
O Tribunal Federal da Suíça deverá julgar o caso, cujo réu é o próprio Holenweger, ainda nesta semana - a própria Alstom não foi acusada. Além do Brasil, o banqueiro também é acusado de ter organizado esquemas de corrupção em outros países somando gastos de US$ 9 milhões, além de ser suspeito de ter ligações com o traficante Pablo Escobar e com o Cartel de Medellín, na Colômbia.
No processo, uma parte substancial da acusação usa as transferências de milhões de euros aos ex-funcionários públicos brasileiros como prova da atuação do ex-banqueiro. O processo identificou o pagamento a esquemas em 20 ocasiões no País. O banqueiro nega as acusações, embora confirme ter feito as transferências em nome da empresa convencido de que seriam transações legais.
Em nota, a Alstom informou que "segue um rígido código de ética, definido e implementado por meio de sérios procedimentos, de maneira a respeitar todas as leis e regulamentações mundialmente". "A empresa está colaborando com as investigações e, até o momento, as suspeitas de irregularidades em contratos não foram comprovadas e não estão embasadas em provas concretas", assinala a Alstom.
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