Política
Oposição aponta 'pá de cal' na trajetória política de Palocci
Na avaliação de parlamentares da oposição, nova suspeita revelada por VEJA já torna impossível a permanência do ministro no comando da Casa Civil
Gabriel Castro
Palocci: ainda tentando salvar o pescoço (Marcelo Camargo/Folhapress)
"O Palocci é incorrigível. É impressionante. E ele ainda aparece na televisão para dizer que é um homem sério", disse Roberto Freire
Na opinião do presidente do DEM, o senador José Agrinino Maia (RN), a situação exige uma atitude da presidente Dilma Rousseff: "Depois dessa, ou a Dilma exige explicações cabais do ministro sobre o caso todo à opinião pública, ou assume como sendo do governo a crise do Palocci". Para o deputado Ronaldo Caiado (GO), vice-líder do DEM na Câmara, a revelação sepulta a história política do petista: "Em relação à trajetória dele, isso é a pá de cal. Hoje o Palocci, com essa história que a VEJA levantou, já é um cadáver insepulto. Isso é gravíssimo. Mostra que ele não tem a menor compostura em saber respeitar o dinheiro público e se preservar como homem público. O resto já ficou sendo quase acessório, porque o atestado de óbito já está dado", declarou.
A deputado federal e presidente do PPS Roberto Freire cobra a demissão imediata do ministro e diz que, depois de todos os escândalos, o petista nada aprendeu: “O Palocci é incorrigível. É impressionante. E ele ainda aparece na televisão para dizer que é um homem sério, não tem nenhuma vergonha. A Dilma, se não o exonerar, é conivente”, afirma. A senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) também acredita que a nova suspeita enfraquece ainda mais a situação de um ministro que, para ela, já deveria ter deixado o cargo. “É mais um capítulo gravíssimo dessa história. Além de todos esses fatos, ainda pairam no ar acontecimentos passados, como o caso do caseiro Francenildo e as irregularidades na prefeitura de Ribeirão Preto. A situação dele já estava insustentável até antes”, avalia.
Laranja - A edição de VEJA desta semana revela que o apartamento em que o ministro mora na capital paulista pertence a uma empresa fantasma, registrada em nome de um laranja que recebe 700 reais por mês. O apartamento foi repassado à companhia por Gesmo Siqueira dos Santos, que responde a 35 processos na Justiça. Dayvini Costa Nunes, sobrinho de Gesmo, admitiu ser um laranja (assista à entrevista no vídeo acima). Ele vive em na periferia de Mauá, no ABC paulista, e recebe cerca de 700 reais por mês. Ele primeiro negou ser dono do imóvel, depois voltou atrás: "Desde que você falou comigo, não consigo dormir, por causa dessas coisas que envolvem pessoas com quem não tenho como brigar, como o Palocci, entendeu? Eu não tenho como bater de frente com essas pessoas. Sou laranja", disse ele à reportagem de VEJA
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