sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Acessibilidade: Cadeirantes do AM colecionam títulos de basquetebol



Equipe Gaviões do Norte já enviou sete atletas de Manaus para a seleção brasileira da modalidade e vence obstáculos diários para treinar

Por Frank Cunha Manaus
Time de basquete de cadeirantes Gaviões do Norte - Manaus, AM (Foto: Frank Cunha)Time de basquete de cadeirantes Gaviões do Norte em mais um treino (Foto: Frank Cunha)
Imagine um time de basquetebol no qual o principal componente é a superação. Esse é o adjetivo que melhor demonstra a vontade de vencer dos 14 atletas cadeirantes Gaviões do Norte, time da organização não-governamental (ONG) Centro de Vida Integrada do Amazonas (CVI-AM), que trabalha na reabilitação de portadores de necessidades especiais. Fundada há sete anos, a equipe coleciona títulos nos campeonatos da modalidade.
Qualquer curiosidade sobre a equipe de basquetebol pode ser esclarecida em seus treinos, realizados diariamente no Parque dos Bilhares, na Chapada, Zona Centro-Sul de Manaus. Seu idealizador, Ronaldo André Acry Brasil, 40, explicou que o o nome do time foi escolhido em alusão à força da ave gavião. Segundo ele, tal otimismo tem reflexo na conquista de títulos como da Copa Norte, além do título regional do Campeonato Brasileiro.
- O time foi fundado em 2004, depois que cheguei de Brasília, onde fiz tratamento por conta de uma lesão que me deixou paralítico em 1991. Na capital federal, eu assisti dentro do hospital à apresentação de um time de basquete de cadeirantes. Encantado com a disposição dos atletas, recebi o convite para que assistisse pesssoalmente um treino deles quando tivesse alta. Foi o que fiz. Mais que isso, entrei na equipe e um ano depois fui campeão brasileiro com ela, em Recife – explicou.
André Brasil disse que, hoje, a ONG presta auxilio para 1,7 mil portadores de necessidades especiais com a proposta de inserí-los na sociedade por meio do esporte.
-Meu maior orgulho é o fato de daqui já terem saído três para-atletas para a seleção brasileira. E digo que temos a possibilidade de formar e ceder mais jogadores – ressaltou.
Um desses três atletas é Everson Nogueira, 22, que sonha com a carreira de jogador profissional e está cheio de planos para o futuro.

- Já fui chamado para integrar a seleção brasileira no passado, mas quero voltar a jogar por ela. Como atleta, esse é meu sonho. Fora do esporte, quero cursar a faculdade de contabilidade – disse.
Composto por 14 atletas, o time conta com a ajuda do técnico Rildo Leão, filiado à
Confederação Brasileira de Basquetebol (CBB). O número de atletas é reduzido devido às poucas cadeiras especiais.
-Antes tínhamos 24 cadeiras. Agora, restam apenas 14. Apesar da dificuldade de acesso, os cadeirantes são dedicados e não faltam qualquer treinamento – explicou Rildo.
- O Everson, por exemplo, vem de rota da fábrica do Polo Industrial de Manaus (PIM) na qual trabalha. Do treino, ele vai de ônibus para a casa dele, no bairro de Petrópolis, Zona Sul da capital. Ele tem muita vontade de vencer – destacou o técnico.
 

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