Inna Shevchenko, fundadora do grupo Femen, conta o que há na cabeça por trás dos corpos que chamam a atenção do mundo para a Ucrânia. Ela chora muito. Grita que eu sou louca. Ela não entende, viveu a vida toda na União Soviética, nunca pôde dizer o que pensava. Na semana passada, ela brigou comigo, disse que eu só queria chamar a atenção. E é isso mesmo que eu quero: chamar a atenção. Só que não para mim. Uso o corpo para mostrar o que está errado. Há tanto de errado na Ucrânia.
A começar por nosso país ser destino de turismo sexual. Não é o tal do corpo ucraniano que eles buscam? Pois nós o mostramos de graça. Por um ano e meio, protestamos sem tirar a roupa. Mas você me conhece porque passamos a protestar de peito de fora. O mundo nos conhece como uma organização de tetas. Também fazíamos fotos lindas com roupa, mas ninguém olhava. Se não estivéssemos usando nosso estilo de protestar, não teríamos atenção. Isso não é por causa dos corpos nus. As pessoas olham para o paradoxo de mulheres lindas que não estão em revistas, e sim na rua com cartazes. Mulher pelada não serve só para anunciar carro e cerveja. Serve para propaganda política. Conheci a líder do grupo, Anna Hutsol, há três anos e juntas começamos o Femen. Gostei da ideia, queria fazer algo radical. Na época, estudava jornalismo na Universidade Nacional da Ucrânia e também trabalhava como jornalista no governo municipal.
Depois de uma performance que fiz semi-nua perto de um ministério. Voltei ao escritório no dia seguinte e a chefe me recebeu com fotos minhas do protesto, com os peitos à mostra. Perdi o emprego. Decidi me dedicar só ao grupo. (Folha)
A começar por nosso país ser destino de turismo sexual. Não é o tal do corpo ucraniano que eles buscam? Pois nós o mostramos de graça. Por um ano e meio, protestamos sem tirar a roupa. Mas você me conhece porque passamos a protestar de peito de fora. O mundo nos conhece como uma organização de tetas. Também fazíamos fotos lindas com roupa, mas ninguém olhava. Se não estivéssemos usando nosso estilo de protestar, não teríamos atenção. Isso não é por causa dos corpos nus. As pessoas olham para o paradoxo de mulheres lindas que não estão em revistas, e sim na rua com cartazes. Mulher pelada não serve só para anunciar carro e cerveja. Serve para propaganda política. Conheci a líder do grupo, Anna Hutsol, há três anos e juntas começamos o Femen. Gostei da ideia, queria fazer algo radical. Na época, estudava jornalismo na Universidade Nacional da Ucrânia e também trabalhava como jornalista no governo municipal.
Depois de uma performance que fiz semi-nua perto de um ministério. Voltei ao escritório no dia seguinte e a chefe me recebeu com fotos minhas do protesto, com os peitos à mostra. Perdi o emprego. Decidi me dedicar só ao grupo. (Folha)
(Ucranianas protestando)
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