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Pistoleiros atacaram no fim da manhã desta sexta-feira, 10, acampamento erguido por cerca de 400 Guarani Kaiowáem terra indígena retomada durante a madrugada no município de Paranhos,
Mato Grosso do Sul. Segundo informações prestadas por um indígena que
estava durante o ataque, que terá o nome preservado por motivos de
segurança, o Guarani Kaiowá Eduardo Pires não conseguiu fugir e está desaparecido.
A informação é publicada pelo sítio do CIMI, 10-08-2012.
O tekoha (território sagrado) Arroio Koral
foi homologado pelo governo federal, mas ainda estava ocupado por
fazendeiros. “Está comprovado que a terra é nossa, não pode ser assim
de continuar matando os Guarani, mas se é para morrer por nosso tekoha,
vamos morrer tudo agora", disse o indígena que quando falou com a
equipe de jornalismo do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) estava “escondido no meio do mato”.
Ainda de acordo com os indígenas, a Força Nacional chegou
na metade da tarde ao local do ataque dos pistoleiros, que se
dispersaram em fuga. Os agentes federais estavam procurando o índio João Oliveira, conforme as lideranças Guarani Kaiowá.
O território é motivo de conflitos
fundiários e judiciais: além das violências cometidas contra os Guarani
Kaiowá, a homologação recente da terra indígena foi suspensa pelo STF.
O processo, no entanto, ainda não foi votado por todos os ministros e a
comunidade exige celeridade na decisão.
De acordo com as lideranças do
movimento de retomada, a morosidade na demarcação, homologação e
extrusão dos invasores não-índios dos territórios promove a violência
contra os Guarani Kaiowá. Por essa razão, decidiram fazer a retomada:
com a Portaria 303, avaliaram que tal quadro de não cumprimento dos direitos constitucionais deve se agravado.
Ainda nas primeiras horas da manhã, lideranças Guarani Kaiowá
apontavam a falta de segurança na área retomada. “Os fazendeiros da
faixa de fronteira Brasil/Paraguai, juntos com seus pistoleiros,
certamente vão reagir de modo violento contra essas lideranças em
manifestação”, declarou Tonico Benites Guarani Kaiowá.
“Estávamos pedindo apoio e ninguém
ofereceu. Os Guarani morrem primeiro. Não veio ninguém. Mataram mais
um, mataram mais um! Desde cedo os pistoleiros passaram a atacar”,
afirma o indígena.
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