sexta-feira, 4 de outubro de 2013

América Latina - Venezuela: Na Venezuela, brilha a estrela vermelha!


Na última semana, no maior clima de camaradagem, ocorreu em Caracas do XII Congresso da JCV - Juventude Comunista da Venezuela. Mais de 200 delegados, vindos dos mais distantes cantos do país, se reuniram na capital para discutir de maneira coletiva e profunda os rumos da revolução venezuelana.
Muros pichados por todos os bairros, cartazes colados ao longo da cidade e bandeiras espalhadas por inúmeros postes, deram uma amostra do imenso esforço empreendido pela militância comunista para que o congresso ocorre com êxito. O momento político não exigia menos. Após a desaparição física de Hugo Chávez, que por anos despontou como liderança dos processos de transformação, o país presencia uma ascensão das forças conservadores que podem colocar em risco não só o futuro da Venezuela, mas de todo o continente.
Apesar das respeitosas menções feita à Chávez e aos avanços conseguidos até então, as teses debatidas não se abstiveramem nenhum momento de apontar os limites do processo, destacando assim o papel político a ser desempenhado por uma organização comunista. Se o processo bolivariano conseguiu avançar no desenvolvimento da consciência política do povo e em formas de organização popular, assim como a conquista de inúmeros direitos aos trabalhadores, muito ainda deve ser feito. Apesar de todos os avanços, a Venezuela ainda possui uma economia capitalista improdutiva, de caráter rentista, hegemonizada pelos interesses de oligarquias financeiras e da burguesia comercial importadora.
A fala de abertura do Congresso destacava a necessidade de mecanismos estatais que controlassem as importações, de reformas tributárias e estatização dos bancos. Era a Juventude, em conjunto com o Partido, forjando os rumos do processo bolivariano, apresentando ao povo venezuelano as mediações táticas que culminem na transformação socialista.
O Congresso foi precedido por um seminário preparatório para o XVIII FMJE, com o tema “Juventude unida contra o imperialismo: por um mundo de paz, solidariedade e transformações sociais”, que contou com a participação das inúmeras delegações internacionais, ressaltando o caráter internacionalista da luta anti-imperialista e socialista, promovendo um riquíssimo intercâmbio de experiências de luta, onde a UJC apresentou em sua intervenção o modo como essa luta se apresenta no Brasil e a incapacidade de ser superada por outra estratégia que não seja a socialista.
O internacionalismo proletário também esteve presente em todos os momentos do Congresso, seja através da forma extremamente calorosa e fraterna através da qual os camaradas venezuelanos nos tratavam, seja através das constantes mensagens de solidariedade ao heroico povo sírio e aos valentes combatentes colombianos. Ao fundo do plenário sobressaía-se uma bandeira como o rosto do camarada Ilich Ramírez, militante honorário da JCV que ilegalmente encontra-se detido na França.
Ao rosto de Ilich somavam-se os diversos outros heróis do povo venezuelano, como Nelson López, Alberto Lovera, Alberto Millán, LiviaGouverneur e outros que tive a oportunidade de conhecer a história de militância, que em muito se assemelham à história de nossos camaradas aqui no Brasil,o que nos obriga o empenho de maiores forças em nossas lutas.
A Juventude Comunista da Venezuela não é  somente uma organização que vive de seu passado. Sabe resgatar o que há de mais bonito na história de luta de seu povo, aprender com seus próprios erros, e, a partir daí, compreender seu papel histórico de agente da transformação. Se o futuro do processo bolivariano depende de sua radicalização ao socialismo, existe na Venezuela uma organização que compreende essa missão e que esperamos que seja capaz de fazer brilhar as mais fortes chamas da rebeldia e organizá-las em um projeto claramente revolucionário, lutando sem temor e avançando até a vitória.
Viva a JCV!
(Bernardo Soares – UJC Brasil)

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