Reinaldo Azevedo não representa nada com coisa nenhuma
Por Davis Sena Filho
REINALDO: DESEJO DE SER ARISTOCRATA E AVERSÃO A TUDO O QUE É DO POVO. |
O
Brasil 247 alardeou recentemente em forma de manchete a contratação do blogueiro
de extrema direita da Veja — a Última Flor do Fáscio e associada à quadrilha do
bicheiro Carlinhos Cachoeira —, o jornalista Reinaldo Azevedo, que não representa
nada com coisa nenhuma. Apenas sua figura é superdimensionada por quem quer
vendê-lo.
Entretanto,
a verdade é que considero o que o Azevedo fala e pensa ou deixa de falar ou
pensar é irrelevante ao Brasil, à grande maioria dos cidadãos brasileiros e até
mesmo ao jornalismo, como fonte de informação quando de fato as notícias ou
opiniões são fidedignas e intelectualmente honestas.
Reinaldo
Azevedo é o ventríloquo de si mesmo. Ele ressoa seus preconceitos,
intolerâncias e sandices em um círculo vicioso freqüentado por pessoas que
acreditam ou compactuam com suas formulações esquizofrênicas, que têm por
finalidade combater “tudo o que está aí”, ou seja, os movimentos sociais, as
conquistas do povo brasileiro nos últimos 11 anos, o PT e os governos
trabalhistas dos presidentes Lula e Dilma Rousseff.
Para
o direitista, o mundo ideal teria de se adequar às ideias segundo os preceitos
conservadores e os devaneios ideológicos dos “especialistas” de prateleiras do
Instituto Millenium e da Globo News, os capitães-do-mato que defendem os
interesses da Casa Grande, cujos moradores, por intermédio de seus DNA, têm
saudade imensa dos tempos de escravidão de seres humanos.
É
dessa forma que funciona a cabeça de direita de Reinaldo Azevedo. E a imprensa
de negócios privados enche sua bola quando, na verdade, tal pessoa não passa de
um ser medíocre, intelectualmente sofrível, que despreza segmentos importantes
da sociedade, pois seguramente pensa que é superior à “plebe”, conforme
demonstram, indelevelmente, suas palavras e preconceitos políticos e de classe.
Acho
que é isso: o blogueiro da Veja (a revista do bicheiro), contratado pela Folha
de S. Paulo, aquele jornal que nos tempos da ditadura emprestava seus carros
para os torturadores, considera-se superior à grande maioria das pessoas que
compõem a humanidade.
Por
isso, ele se junta aos seus patrões magnatas e bilionários para repercutir o
pensamento insano daqueles que desejam e lutam por uma sociedade injusta,
sectária, privada e voltada para atender os privilégios das classes ricas e
abastadas e que odeiam ver pobre em restaurante, shopping, aeroporto e a
dirigir automóveis. Afinal, na cabeça doentia dos direitistas o mundo foi feito
para os coxinhas. Não existe nem uma lei a respeito disso, mas é dessa maneira
que os “doentes” pensam.
Reinaldo
Azevedo apenas se comporta como o reflexo da imagem no espelho dos que
controlam os meios de produção, no caso dele os megaempresários do sistema
midiático corporativo e de passado e presente golpistas — a rememorar 1964. O
jornalista é um dos áulicos do comportamento desleal e perverso da imprensa de
mercado em relação às mudanças sociais e econômicas acontecidas no Brasil e à
luta pela emancipação do povo brasileiro.
É
para isso e por causa disso que ele é pago. Porque é exatamente dessa forma que
se conduz, sistematicamente e ferozmente, o senhor jornalista de extrema
direita da Veja e agora da Folha. Só que ele não representa nada em âmbito
universal quando pensamos na sociedade brasileira em conjunto.
Realmente,
ele não representa nada, e por isso deveria se recolher à sua insignificância
como agente social, pois seu ambiente, mesmo agora na Folha, não muda e se
modifica, porque seu público é cativo, extremado à direita, conforme comprovam
as milhares de mensagens que o blogueiro conservador recebe.
O
público do Reinaldo Azevedo vai migrar para a Folha, porque quem consome
jornalismo de péssima qualidade editorial é a parcela mais à direita das
classes médias — a tradicional e a alta. Além do mais, quem lê a Veja, a
revista porcaria, lê também a Folha, o jornal dos coxinhas pseudos
intelectuais, leitores de Elio Gaspari e Clóvis Rossi e que acreditam em Papai Noel e Mula Sem
Cabeça, se assim for necessário para enganar a si próprios e não reconhecer os
avanços sociais verificados, inapelavelmente, pelo IBGE.
Não
existe dúvida sobre essa realidade. O barão de imprensa, Otávio Frias Filhos,
vai perceber esse fato, se já não o percebeu e não se importa, pois o que está
em jogo é entoar ao máximo a voz de gente com o perfil político e ideológico de
Reinaldo Azevedo. O blogueiro que se acha maior do que realmente ele o é, pois
muito vaidoso, e, consequentemente, não o suficiente sábio para saber de suas
ridicularidades, porque suas diatribes o impedem de ser sensato para ser justo.
Faço
essas assertivas porque sei que Reinaldo Azevedo tem um público restrito,
apesar de individualmente ser um blogueiro bastante lido. Contudo, seus
leitores são os mesmos e passarão a lê-lo na Folha impressa, online e na UOL.
Se seus patrões magnatas e bilionários pensam que Reinaldo Azevedo vai ter
influência política no que é relativo às eleições de 2014, podem tirar o
cavalinho da chuva, porque essa “estratégia” não vai ser concretizada.
E
sabe por quê? Porque a direita não tem nada para oferecer ao povo e nem para os
coxinhas de classe média que lê seus péssimos pasquins ou vota nela. O motivo
desse fato e realidade é que a direita não distribui renda e riqueza; não se
preocupa com o ser humano e, sim, com os números e índices; e, a resumir a
grosso modo, não tem preocupação social. Por isso e por causa disso é que a
direita não ganha eleição, mesmo a ter um canhão em forma de mídia.
Então,
vamos à pergunta que teima em não se calar: “Como a direita faz para vencer
pleitos eleitorais ou atrair pessoas para apoiá-la?” Respondo: “Dissimula,
tergiversa, manipula, confunde e mente, por intermédio da imprensa de negócios
privados. E para concretizar seus sonhos políticos, que, evidentemente, vão
lhes trazer muitos lucros e dividendos, os magnatas bilionários de direita
contratam pessoas do nível de Reinaldo Azevedo e companhia. Mas põe companhia
nisso. Reinaldo não é neocon, pois velhocon. É isso aí.
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