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Polícia Civil de Pernambuco informou ter prendido nesta terça-feira
(15) um homem suspeito de matar o promotor Thiago Faria Soares, 36, na
segunda-feira (14), na estrada que liga Águas Belas a Itaíba (a 340 km
do Recife).
De acordo com a cúpula da Secretaria de Defesa Social, a noiva de
Thiago, Mysheva Freire Ferrão Martins, reconheceu uma fotografia de
Edmacy Cruz Ubirajara, que se apresentou com um advogado na delegacia de
Águas Belas na tarde de terça-feira.Ubirajara foi preso por causa de um mandado de prisão que havia contra ele desde 1996, por roubo. Na manhã desta quarta-feira (16), a Justiça decretou a prisão dele pela acusação do homicídio do promotor.
A polícia não informou o nome do advogado de Ubirajara, mas, segundo chefe da Polícia Civil, Oswaldo Moraes, o suspeito nega ter matado o promotor.
Agora, a polícia procura –inclusive espalhando cartazes com foto– o suspeito de ser o mandante do crime, o fazendeiro José Maria Pedro Rosendo Barbosa.
Segundo a Secretaria de Defesa Social, Barbosa responde em liberdade por uma série de crimes, inclusive homicídio. De acordo com a polícia, o fazendeiro chegou a ser citado na CPI da Pistolagem da Assembleia Legislativa, em 2000.
Para o secretário de Defesa Social, Wilson Damázio, o crime não teve relação com a profissão de Soares. Para os investigadores, o crime foi motivado por uma disputa de terras em Águas Belas, onde morava José Maria.
Mysheva arrematou 25 hectares da Fazenda Nova com apoio do promotor e, em junho deste ano, a Justiça determinou a saída de José Maria. Segundo o governo de Pernambuco, o promotor participou do processo e passou a ser ameaçado pelo fazendeiro.
O promotor Thiago Soares chegou a acusar José Maria por crimes ambientais na propriedade e por sonegação fiscal envolvendo uma mina de água mineral no terreno, que, de acordo com a polícia, rendeu ao fazendeiro R$ 1 milhão no ano passado.
O procurador-geral de Justiça do Estado, Aguinaldo Fenelon, disse que ainda é cedo para afirmar que o promotor foi antiético ao defender os interesses da noiva na questão fundiária.
“Ainda não chegamos a essa conclusão. Tudo ainda é muito preliminar. Mas o Ministério Público está para apurar e encontrar todos os problemas que aconteceram”, afirmou.
De acordo com o Ministério Público de Pernambuco, Thiago Soares procurou a corregedoria há três semanas alegando suspeição para integrar 16 processos de homicídio e improbidade administrativa envolvendo a família de sua noiva na comarca de Itaíba. Ele seria transferido para Iati (a 78 km de Itaíba).
Daniel Carvalho, Folha online
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