Há mais de um mês, diversas famílias de trabalhadores residentes na grande Florianópolis ocuparam um terreno na região de Canasvieiras, local cobiçado pela burguesia parasitária que vê como únicas funções da terra a especulação sobre ela e o lucro. Famílias esmagadas pelo peso do alto custo de vida, do aluguel que consumia a maior parte de seus pequenos salários.
A exploração da burguesia para com esses trabalhadores, tanto no trabalho assalariado quanto através da especulação imobiliária que é latente nesta cidade, cria uma necessidade tão grande que em um mês, aquelas sessenta famílias se tornaram mais de quatrocentas, todas procurando melhores condições de vida mesmo que isso signifique passar por grandes sacrifícios neste primeiro momento.
Ocuparam um terreno de 600 hectares cujo “dono” sequer consegue juntar documentos que comprovem sua propriedade, muito menos o atendimento de uma função social. E por isso despertaram o ódio de setores da burguesia, articulados com políticos conservadores que possuem laços estreitos com o “dono” do terreno, pois os mesmos reconhecem o perigo à sua classe que a luta organizada dos trabalhadores representa.
Os trabalhadores se organizaram de forma autônoma, assumindo tarefas como cuidar das crianças, da infraestrutura, da cozinha comunitária, etc. À medida que o tempo passa e as necessidades se mostram presentes, comissões de saúde, higiene, alimentação, segurança, etc. vão se formando e aprimorando sua forma de atuação.
A bandeira não é apenas a luta por teto. Lutam por terra, trabalho e moradia. Defendem a Reforma Agrária Popular. Entendem que a terra deve ter valor de uso e não ficar parada enquanto tantos necessitam viver através de seus frutos. Querem plantar e morar com dignidade, trabalhar a terra, valorizá-la pelo seu labor, e não pelos artifícios da especulação capitalista.
Contam também com a solidariedade de militantes de esquerda: trabalhadores e estudantes, que com os seus conhecimentos contribuem para ampliar a apropriação da humanidade daqueles trabalhadores, tanto em questões como agronomia, arquitetura, como cultura e política.
Os trabalhadores organizados, no decorrer do processo, aprendem a não serem submissos e a não temer o Estado e os patrões. Entendem que “invasão” é o que fazem os capitalistas que tomam a terra para especular (sequer utilizando a terra para a exploração capitalista) como o suposto “dono” fez. Ocupam para dar um recado à sociedade, de que é possível sim alcançar melhores condições quando se luta por um futuro melhor e que só dessa maneira conseguem efetivar seus direitos.
Os trabalhadores que realizam a Ocupação Amarildo de Souza pretendem se organizar para viver em solidariedade com seus vizinhos, não em competição. Querem plantar alimento saudável, sem agrotóxico. Buscam entender melhor a sociedade para compreenderem os motivos que os levam a terem que realizar ocupações para poderem viver com condições mínimas enquanto que ao seu lado existe o bairro Jurerê Internacional, com suas mansões que na maior parte do tempo estão vazias por serem casas descanso e lazer da burguesia. Esses trabalhadores também buscam uma apropriação de cultura de qualidade e não o lixo mercantilizado da mídia monopólica.
É por isso que se torna cada vez mais importante a solidariedade ativa de todos aqueles que sonham com outro modelo de sociedade. Os estudantes e profissionais de todas as áreas podem e devem contribuir cada vez mais com seu conhecimento e sua técnica para garantir que a luta prossiga com firmeza.
O PCB presta solidariedade militante na ocupação Amarildo e sempre estará ao lado dos trabalhadores organizados lutando por melhores condições de vida, por entender que é na luta do povo que se constrói o germe organizativo da revolução socialista.
Pela Reforma Agrária Popular!
Por Terra, Trabalho e Teto!
Viva a luta dos trabalhadores!
Viva a Ocupação Amarildo de Souza!
Viva a luta anticapitalista e antimperialista!
Ousar LUTAR, Ousar VENCER!
Partido Comunista Brasileiro – Base MAR/ Florianópolis.
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