As medidas adotadas pelo prefeito de Salvador, ao reprimir com violência os ambulantes, agrava ainda mais as condições de vida da população trabalhadora da cidade. Com o maior número de trabalhadores desempregados do país, a prefeitura resolveu agir, violentamente, contra aqueles mais necessitados e que, criativamente, desenvolveram estratégias para ganhar a vida.
Os trabalhadores ambulantes, além de estarem trabalhando para sustentar suas famílias já bastante penalizadas pelas péssimas condições de vida que a cidade lhes oferece, estão contribuindo para atender as demandas da população.
A desculpa esfarrapada da prefeitura de que os ambulantes ocupam espaço que é público parece uma piada. Na cidade, os poderosos, ricos e abastados invadem o espaço público há anos. Não só na construção de suas mansões, prédios de luxo em áreas públicas e privatização das praias, como também utilizam dinheiro público para ganhar mais dinheiro, com o financiamento da prefeitura aos trios elétricos, privatização das ruas na época do carnaval – a maior festa popular do país que, em Salvador, não permite a participação da sua população pobre e trabalhadora.
O PCB na Bahia manifesta seu apoio aos trabalhadores ambulantes, repudia a ação da prefeitura e exige que o espaço público seja realmente de TODO O PÚBLICO, ou seja, que todos tenham o direito de desenvolver suas atividades recreativas, de sobrevivência e de comunidade, sem a repressão violenta do estado.
Conclamamos também a população trabalhadora da cidade a se manifestar contra a privatização do carnaval. Pelo direito de todos seguirem os trios elétricos de sua preferência, sem ter que pagar nada.
Comitê Regional do PCB - BA
Foto: Ambulantes, policiais e foliões no Carnaval de Salvador, de Reinaldo Marques
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