terça-feira, 25 de novembro de 2014

CHESF ANUNCIA DIMINUIÇÃO DE VAZÃO DAS ÁGUAS NAS HIDRELÉTRICA DO RIO SÃO FRANCISCO À REDUÇÃO NA VAZÃO DA BARRAGEM DE SOBRADINHO/BAHIA. CHEGA BAIXA.


Por meio de nota a Prefeitura Municipal de Curaçá informa a todos os ribeirinhos do Rio São Francisco que, conforme Fax Circular da Companhia Hidrelétrica do São Francisco – CHESF, a vazão desse Rio vai diminuir de 1.300m³ (vazão normal) para 1.100m³ abaixo do Lago de Sobradinho. Conforme o Documento, o motivo é que o volume desse Lago está pouco acima de 16% e o quadro de chuvas é o menor da história de Sobradinho; e isso impacta diretamente na geração de energia, de acordo com o Operador Nacional do Sistema, o qual já recomendou acionamento de termoelétricas para geração de energia suficiente à demanda do Nordeste ao tempo em que a Agência Nacional de Água já autorizou, na última segunda, 8/4, a redução de vazão mencionada acima. Essa diminuição de vazão deve acontecer após o próximo dia 19 de abril. É importante que o Serviço Autônomo de Água e Esgoto – SAAE de Curaçá, os agricultores, pecuaristas e demais usuários de bombas que captam água do Rio e os barqueiros estejam atentos a essa redução de vazão que pode ocasionar danos a equipamentos e até acidentes no trânsito fluvial.

Maurízio Bim Ascom Prefeitura de Curaçá Foto: Manu Dias Secom Bahia

VEJAS AS IMAGENS: CRISE E ENERGIA: IGREJA SUBMERSA DEVIDOS A FALTA DE CHUVAS VOLTA A APARECER POR CAUSA DA ESTIAGEM

Petrolândia, em PE, teve cidade inundada para construção de hidrelétrica.
Seca tem afetado fruticultura irrigada e piscicultura do município do Sertão.

Paula Cavalcante - G1 Caruaru, em Petrolândia



Vestígios do antigo nível das águas na Igreja do Sagrado Coração de Jesus em Petrolândia antes da estiagem podem ser percebidos
 (Foto: Paula Cavalcante/ G1)

Há 26 anos a velha cidade de Petrolândia, no Sertão de Pernambuco, foi inundada para a construção da Usina Hidrelétrica Luiz Gonzaga. Após a inundação, apenas o topo da Igreja do Sagrado Coração de Jesus ficou visível. Hoje, por conta da estiagem, o volume do Lago de Itaparica reduziu e praticamente metade da estrutura do templo pode ser visualizada. As algarobas ao redor da construção também podem ser vistas, bem como uma caixa d'água de uma escola da velha cidade. A Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) informa que o volume útil da barragem atualmente é de aproximadamente 16%. No último período chuvoso, o armazenamento máximo do reservatório de Itaparica foi de 44,3%.
Caixa d'água de escola estava submersa e
voltou a aparecer (Foto: Paula Cavalcante/ G1)

A situação prejudica as principais atividades econômicas do lugar. A agricultura, baseada na fruticultura irrigada, registrou uma baixa na produção. Dos aproximadamente 2.000 agricultores, praticamente todos tem a terra mas não estão plantando mais nada. "As estações de bombeamento dos perímetros irrigados já não conseguem captar a água suficiente para atender a demanda dos plantios que existem. Isso já paralisou a produção do município e apenas fruteiras que já estavam produzindo continuam a produção", explica ao G1 o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Pesca, Rogério Viana. Para a agricultora Joana Nogueira fica a tristeza de não poder continuar o cultivo. "Tenho minha propriedade e sou impedida de plantar no meu próprio lote porque não é garantido a água", conta.

Na piscicultura, os pescadores tiveram que se adaptar ao novo nível da água. Segundo o secretário, 90% do que se produz de peixe é em tanques, redes ou gaiolas que são colocadas dentro do lago. Esses equipamentos são colocados em lugares pré-determinados pela Agência Nacional de Águas (ANA). Porém, por causa da estiagem, eles precisam ser levados para locais de maiores profundidades, que tenham mais oxigênio. Com isso, os custos da produção são elevados e muitos peixes não se adaptam e morrem. "Antes quando ela [barragem] tava cheia, nós pegava até uma tonelada de peixe aqui. Por semana. E hoje em dia para você pegar 150 quilos dá trabalho para você pescar. Nós pegamos 150 quilos agora, no período de uma semana", lamenta o pescador Reginaldo Campos dos Santos. Tô pedindo a Deus que é para que o lago encha de novo que é para nós pegar mais peixer de novo, né?", desabafa.
Petrolândia
Município é localizado a 436 km de distância da capital.

A prefeitura realiza algumas ações para minimizar os efeitos da seca. "Temos disponibilizado equipamentos para abertura e limpeza de canais de aproximação, para que os agriculutores irrigantes consigam captar a água. Estamos articulando um grande encontro de instituições para discutir a situação atual. Ver quais são as perspectivas de chuvas. E quanto pretende-se baixar o nível do lago para que em cima disso possa ser feito um planejamento. A gente trabalha também com a hipótese das chuvas serem insuficientes e chegar ao caos, numa situação que a agricultura irrigada tenha que parar", observa o o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Pesca. Já em relação à pesca, uma reunião está marcada com representantes do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) para definir ações.
Agricultora Lucicleide Maria do Nascimento
(Foto: Paula Cavalcante/ G1)

As comunidades rurais também sofrem com a estiagem. A agricultora Lucicleide Maria do Nascimento trabalha em uma produção agrícola mas não cultiva nada em casa. Ainda assim, a família dela tenta controlar a quantidade de água utilizada para consumo humano, pois a localidade costuma ficar até três dias seguidos sem o líquido até para beber. "Tem que economizar bastante para não faltar. Quando a água chega nós colocamos em uma caixa d'água para ir usando", diz.
Velha Petrolândia foi inundada em 1988 para construção de hidrelétrica 
(Foto: Paula Cavalcante/ G1)


Interior da igreja com a estiagem (Foto: Paula Cavalcante/ G1)

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