quinta-feira, 19 de março de 2015

Procuradoria da república liga propina a doações oficiais ao Partido dos Trabalhadores legenda do governo Dilma Rousseff

Foto: Dilvugação
Tesoureiro da legenda, João Vaccari Neto
A comparação entre as datas de pagamento da Petrobras aos consórcios Interpar e Intercom – formados por Mendes Júnior, MPE e SOG – nas obras de duas refinarias entre 2008 e 2010 e as datas de doações ao PT por uma das empreiteiras é uma das provas apontadas pela Operação Lava Jato de que o sistema oficial de financiamento partidário foi usado para ocultar propinas. A análise consta da denúncia oferecida contra o tesoureiro da legenda, João Vaccari Neto, e o ex-diretor da estatal Renato Duque. Na terça-feira, 17, mais um executivo de empreiteira disse que o petista pediu propina em forma de doação oficial ao partido. O tesoureiro e o ex-diretor, ligado ao partido, estão entre os 27 denunciados por desvio de R$ 135 milhões em quatro obras da Petrobras. “A vinculação entre doações políticas e pagamentos feitos pela Petrobras aos Consórcios Interpar e Intercom pode ser comprovada pela comparação entre as datas em que a Petrobras pagou os consórcios e as datas, subsequentes, em que empresas controladas por Augusto Mendonça promoveram a transferência de propina disfarçada de doações oficiais para partido político”, diz o Ministério Público, na denúncia oferecida na segunda-feira, 16. Mendonça é o dono da Setal Engenharia, da qual fazem parte Setec, Projetec, Setal Óleo e Gás (SOG) e PEM Engenharia. Por meio delas, teriam sido escoados R$ 117 milhões das obras das Refinarias Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, e de Paulínia (Replan), em São Paulo. Desse montante, R$ 4,26 milhões foram parar nas contas de quatro diretórios do PT, entre 2008 e 2012, afirmam os investigadores. Foram beneficiados o diretório nacional do PT, o diretório da Bahia, o diretório municipal de Porto Alegre e o da capital paulista. Os primeiros pagamentos são de outubro de 2008 e estão relacionados em tabela anexada na denúncia ao pagamento de R$ 100 mil no dia 23, daquele mês, ao PT da Bahia. Em 2009, a lista mostra pagamento de R$ 14,9 milhões, em 29 de abril, ao consórcio Interpar. No dia 30, foi feita transferência da Setal de R$ 120 mil ao PT nacional.

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