quinta-feira, 16 de abril de 2015

Delegação de paz das FARC-EP:Entre partes iguais



Lunes, 06 Abril 2015
Delegação de paz das FARC-EP
Sentimentos e posições políticas à parte, é hora de construir a Paz. Essa é nem mais nem menos, a responsabilidade da Mesa de Conversações e, por isso, é merecedora de toda a solidariedade.
Reconhecer essa realidade, os 51 anos de confronto armado, nesta última etapa, a convicção guerrilheira de que a guerra não pode ser o destino da Colômbia como proclamava o inesquecível comandante Jacobo Arenas e a decisão expressa no primeiro documento oficial das FARC-EP, o Programa Agrário dos Guerrilheiros, que mostra com clareza o objetivo revolucionário seguindo o caminho possível, o armado, imposto com o ataque à Marquetalia ou o pacífico, caso existissem as condições.
O governo e, sobretudo, as transnacionais imperiais precisam da paz. Não com fins nobres e nem pensando no bem-estar social. Querem garantir a exploração dos recursos minerais e energéticos localizados nas áreas de forte presença guerrilheira, assim como as terras necessárias para o desenvolvimento dos megaprojetos agroindustriais dirigidos à produção de agro-combustíveis.
O Acordo Geral pelo Fim do Conflito e a Construção de uma Paz Estável e Duradoura, assinado em 26 de agosto de 2012, permitiu o início público dos diálogos de paz em Havana e se baseia na bilateralidade, ou seja, obrigações e deveres das partes assinantes, o Governo nacional e as FARC-EP.
Ao não existirem vencedores nem vencidos, encontramos um diálogo entre partes iguais, assinado na busca de acordos nos diferentes pontos e aspectos. Portanto, todas as tentativas de imposição, de unilateralidade, devem ser consideradas ataques à Mesa de Conversações. Esses são, nem mais nem menos, entre outros, o Marco Jurídico para a Paz, o Referendo que acabou por não encontrar acordo, o Comando de Transição e a promovida justiça transicional.
A partir de setores da direita e extrema direita se vocifera contra a Mesa de Negociações, se acusa o governo santista de entregar o país à guerrilha, ao terrorismo, se vê apenas a possibilidade de um processo de submissão. Da mesma forma, frações que se autoproclamam de esquerda acusam a insurgência de entregar princípios e trair o povo ao comprometer-se com os diálogos. No meio, a maioria que trabalha pela paz.
A discussão não é por legalidade e legitimidade. Nesse campo nunca existirá acordo, pois somos separados pela concepção ideológica e política.
Ouvimos, lemos, vemos a falácia das pesquisas que repudiam qualquer acordo em pé de igualdade, onde “o povo colombiano não aceita que a guerrilha tenha realizado uma luta política, são bandidos”. O que nunca se esclarece e é de conhecimento dos pobres da terra, essa imensa maioria nacional, é que as ditas afirmações originam do desejo das minorias enriquecidas a custa do povo.
Tampouco dizem ou refletem a realidade de milhões e milhões de habitantes da Colômbia, homens e mulheres inconformados com a situação econômica, política, social, cultural e ambiental do país, gente que resiste valorosamente e luta por seus ideais e pelas diversas reivindicações que os aproximem de uma mudança para desfrutar de vida digna, produto do trabalho, educação e saúde, habitação decente e orgulho pátrio por soberania e independência, sem abandonar nem esquecer os objetivos revolucionários.
Corresponde canalizar as forças sociais e uni-las em um só movimento para as necessárias mudanças estruturais que possibilitem a paz com justiça social. Tecer, enlaçar, pontuar todos os esforços populares nos conduz aos objetivos democráticos, pacificadores e soberanos. As diversas maneiras de expressão, a criatividade e o poder transformador tornam possível. Os esforços para inviabilizá-las continuarão. É parte da luta.
Fonte: http://www.pazfarc-ep.org/index.php?option=com_k2&view=item&id=2592:entre-partes-iguales&Itemid=420
Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)
Lunes, 06 Abril 2015
Delegação de paz das FARC-EP
Sentimentos e posições políticas à parte, é hora de construir a Paz. Essa é nem mais nem menos, a responsabilidade da Mesa de Conversações e, por isso, é merecedora de toda a solidariedade.
Reconhecer essa realidade, os 51 anos de confronto armado, nesta última etapa, a convicção guerrilheira de que a guerra não pode ser o destino da Colômbia como proclamava o inesquecível comandante Jacobo Arenas e a decisão expressa no primeiro documento oficial das FARC-EP, o Programa Agrário dos Guerrilheiros, que mostra com clareza o objetivo revolucionário seguindo o caminho possível, o armado, imposto com o ataque à Marquetalia ou o pacífico, caso existissem as condições.
O governo e, sobretudo, as transnacionais imperiais precisam da paz. Não com fins nobres e nem pensando no bem-estar social. Querem garantir a exploração dos recursos minerais e energéticos localizados nas áreas de forte presença guerrilheira, assim como as terras necessárias para o desenvolvimento dos megaprojetos agroindustriais dirigidos à produção de agro-combustíveis.
O Acordo Geral pelo Fim do Conflito e a Construção de uma Paz Estável e Duradoura, assinado em 26 de agosto de 2012, permitiu o início público dos diálogos de paz em Havana e se baseia na bilateralidade, ou seja, obrigações e deveres das partes assinantes, o Governo nacional e as FARC-EP.
Ao não existirem vencedores nem vencidos, encontramos um diálogo entre partes iguais, assinado na busca de acordos nos diferentes pontos e aspectos. Portanto, todas as tentativas de imposição, de unilateralidade, devem ser consideradas ataques à Mesa de Conversações. Esses são, nem mais nem menos, entre outros, o Marco Jurídico para a Paz, o Referendo que acabou por não encontrar acordo, o Comando de Transição e a promovida justiça transicional.
A partir de setores da direita e extrema direita se vocifera contra a Mesa de Negociações, se acusa o governo santista de entregar o país à guerrilha, ao terrorismo, se vê apenas a possibilidade de um processo de submissão. Da mesma forma, frações que se autoproclamam de esquerda acusam a insurgência de entregar princípios e trair o povo ao comprometer-se com os diálogos. No meio, a maioria que trabalha pela paz.
A discussão não é por legalidade e legitimidade. Nesse campo nunca existirá acordo, pois somos separados pela concepção ideológica e política.
Ouvimos, lemos, vemos a falácia das pesquisas que repudiam qualquer acordo em pé de igualdade, onde “o povo colombiano não aceita que a guerrilha tenha realizado uma luta política, são bandidos”. O que nunca se esclarece e é de conhecimento dos pobres da terra, essa imensa maioria nacional, é que as ditas afirmações originam do desejo das minorias enriquecidas a custa do povo.
Tampouco dizem ou refletem a realidade de milhões e milhões de habitantes da Colômbia, homens e mulheres inconformados com a situação econômica, política, social, cultural e ambiental do país, gente que resiste valorosamente e luta por seus ideais e pelas diversas reivindicações que os aproximem de uma mudança para desfrutar de vida digna, produto do trabalho, educação e saúde, habitação decente e orgulho pátrio por soberania e independência, sem abandonar nem esquecer os objetivos revolucionários.
Corresponde canalizar as forças sociais e uni-las em um só movimento para as necessárias mudanças estruturais que possibilitem a paz com justiça social. Tecer, enlaçar, pontuar todos os esforços populares nos conduz aos objetivos democráticos, pacificadores e soberanos. As diversas maneiras de expressão, a criatividade e o poder transformador tornam possível. Os esforços para inviabilizá-las continuarão. É parte da luta.
Fonte:http://www.pazfarc-ep.org/index.php?option=com_k2&view=item&id=2592:entre-partes-iguales&Itemid=420
Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)

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