sexta-feira, 5 de junho de 2015

Artigo do leitor: 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente. Comemorar o que?


condomínios rio PetrolinaNeste artigo enviado ao Blog, o ambientalista e comunicador social Vitório Rodrigues chama atenção para o Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado nesta sexta-feira (5). Mas não só isso. Para Vitório, os governantes já sabem o que fazer para reverter os problemas do planeta, a exemplo da crise hídrica do Rio São Francisco. O que falta é apenas uma coisa: menos conversa fiada e mais ações práticas.
Confiram:
Demorou demais para nós, os terráqueos, entendermos a linguagem de nosso Planeta. Depois de tanta destruição desenfreada dos recursos naturais, que todos achavam que eram inesgotáveis, a Organização das Nações Unidas – ONU – resolve realizar a Primeira Conferência Mundial Sobre o Meio Ambiente. A Conferência de Estocolmo, realizada entre os dias 5 a 16 de junho de 1972, foi a primeira atitude mundial em tentar organizar as relações do Homem e do Meio Ambiente. Na capital da Suécia, Estocolmo, a sociedade científica já detectava graves problemas futuros por razão da poluição atmosférica provocada pelas indústrias.
Os países, no mesmo século, pensavam que o meio ambiente era uma fonte inesgotável, e que toda ação de aproveitamento da natureza fosse infinita. Para tanto, problemas foram surgindo, como secamento de lagos e rios, o efeito da inversão térmica e as ilhas de calor. Tendo em vista esses problemas ambientais, era necessário organizar uma convenção na qual países se propunham a ajudar um ao outro a fazer uma parcela de ajuda ao mundo. Foi então quando a ONU decidiu inaugurar a Primeira Conferência Mundial sobre o Homem e o Meio Ambiente.
Na conferência de Estocolmo foram abordados os temas como a chuva ácida e o controle da poluição do ar. As discussões contaram com a presença de 113 países e mais 400 instituições governamentais e não governamentais.
Em 1992, vinte anos após a realização da primeira conferência sobre o meio ambiente, no Rio de Janeiro, representantes de cento e oito países do mundo reuniram-se para decidir que medidas tomar para conseguir diminuir a degradação ambiental e garantir a existência de outras gerações. A intenção, nesse encontro, era introduzir a ideia do desenvolvimento sustentável, um modelo de crescimento econômico menos consumista e mais adequado ao equilíbrio ecológico.
A ‘Rio 92’ teve com um dos resultados principais a criação da Agenda 21, que foi assinada por 179 países, programa de ações para o desenvolvimento sustentável para o século 21. Durante o evento foram aprovados também dois acordos importantes: a Convenção da Biodiversidade, que tem como objetivo conservar a biodiversidade, fazer uso sustentável de seus componentes e dividir de forma justa os benefícios gerados com a utilização de recursos genéticos; e a Convenção sobre Mudanças Climáticas, que serviu de base para o Protocolo de Kyoto de 1997, que colocou metas de redução de emissão de gases do efeito de estufa. O representante do Estados Unidos não assinou. Para variar.
O governo federal, alguns estados e municípios construíram esse documento, mas a maioria deles vive engavetado, nada sai do papel, ou seja, não são nem lidos por ninguém. Depois do Protocolo do Kioto, as conferências menores para consertar as maiores que não resolveram os problemas ambientais, entre elas: ‘Kioto mais 10’, em 2007; Conferência sobre Mudanças Climáticas, em 2009; ‘Rio mais 20’, em 2012, e por aí vai gastando nosso dinheiro nesses eventos recheados de conversas “fiadas”, cujo objetivo é enganar que estão fazendo alguma coisa, sem, contudo, gerar nenhum resultado concreto.
Depois de tantas conferências, tratados, protocolos, simpósios, seminários e sei mais lá o que, não já deu para entender o que precisa ser feito para se reconstruir o Planeta, pensando “globalmente e agindo localmente”, começando pela revitalização do Rio São Francisco e seus afluentes, que estão há anos agonizando? Será que tão difícil se estabelecer políticas públicas no sentido de restabelecer a vitalidade de nossas fontes de recursos naturais que se esgotam numa velocidade fora do comum? 
A crise da água está aí, batendo em nossas portas, nos acarretando altos custos da própria água, da energia que usamos e todos os demais produtos que dependem desses recursos para serem gerados. Quem diria? Logo nós, brasileiros, que somos detentores do maior percentual da água doce do mundo.
Dia 05 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente. E os outros 364, vamos fazer o que?
Petrolina-PE, 05 de junho de 2015.
Vitorio Rodrigues de Andrade/Educador Ambiental e Comunicador Social

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