Damasco, (Prensa Latina) Um documento recém desarquivado nos Estados Unidos revela o apoio de agências de inteligência norte-americanas para a criação do grupo terrorista Estado Islâmico (EI), que opera principalmente na Síria e no Iraque.
As revelações foram feitas pela página digital Levant Report, em cooperação com a organização Judicial Watch, que apresentou o relatório da Defense Intelligency Agency (DIA), datado de 12 de agosto de 2012.
O documento, desarquivado esta semana e difundido nas redes sociais, demonstra que o EI foi criado pelos Estados Unidos com ajuda da Turquia, Israel e as monarquias do Golfo.
A nota publicada pelo Levant Report sublinha que a inteligência estadunidense previu o surgimento e desenvolvimento de um califado islâmico regido pelo EI no Iraque e na Síria, como um elemento estratégico na política para o Oriente Médio.
O texto de sete páginas redigido por oficiais da DIA, destaca que a criação deste movimento fundamentalista no leste da Síria, era necessário para isolar e tentar derrubar o governo de Bashar al-Assad.
Segundo a fonte, foi discutido amplamente no Comando Central dos Estados Unidos (Centcom), na Agência Central de Inteligência (CIA), no Bureau Federal de Investigações (FBI), no Departamento de Segurança Nacional (DHS), na Agência Nacional de Inteligência Geoespacial (NGA), e no Departamento de Estado.
O Levant Report assegura que existem provas materiais, vídeos e confissões de altos funcionários como o antigo embaixador dos Estados Unidos em Damasco, Robert Ford, que demonstram que o apoio material do Departamento de Estado e da CIA aos terroristas do grupo Estado Islâmico, se remonta pelo menos a 2012.
As fontes consultadas explicam que o relatório da DIA confirma que o grupo terrorista Al-Qaeda assumiria a direção dos supostos grupos opositores sírios, com o apoio das potências ocidentais, e que a criação do EI ocorreria após um levante armado na Síria.
Acrescenta que a criação do califado islamista, apoiada pelos países do Golfo Pérsico e Turquia, serviria como elemento desestabilizador para alcançar o enfraquecimento do governo do presidente Bashar Al-Assad.
O relatório aponta também a criação de refúgios seguros nas zonas conquistadas pelos insurgentes fundamentalistas, tal como se fez na Líbia para conseguir estabelecer uma zona de exclusão aérea.
Outro dos propósitos era que, com a criação de um califado sunita, se frearia a presença xiita iraquiana, e se impediria a unificação do Iraque, o que facilitaria a entrada de mercenários terroristas do mundo árabe na zona de conflito.
O documento destaca a importância de apoiar os elementos salafistas, os membros da Irmandade Muçulmana e o grupo terrorista Al-Qaeda, como principais forças na agressão a este país levantino.
Miguel Fernández Martínez
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