quarta-feira, 13 de abril de 2011

JORNALISTA VERA MEDEIROS DIRETORA DO BLOG FÔLHA DO SÃO FRANCISCO PEDE DIREITO DE RESPOSTA A VOZ DA CAATINGA E DESCE O PAU NO SUPLENTE DE VEREADOR PEDRO FILHO

A jornalista Vera Medeiros, diretora do Jornal e Blog Folha do São Francisco solicitou direito de resposta à matéria postada com o pronunciamento do vereador Pedro Alcântara Filho na manhã desta quarta-feira (13). Confira: 
Excelentíssimo vereador Pedro Alcântara Filho,
Diante do exposto por Vossa Excelência na Tribuna da Câmara Municipal de Juazeiro, na manhã desta quarta-feira(13),  a respeito do  jornal Folha do São Francisco e do Blogfolha.com, sinto a necessidade democrática de responder-lhe,  à altura que o senhor desconhece, algumas questões relevantes:
Inicialmente, quero dizer que a matéria que publiquei no blog, no dia 12/04, a qual intitulei com o início de um verso poético de Mário Quintana, um grande poeta da nossa literatura (não sei se o senhor já teve o prazer  ou interesse  de ler e interpretar textos desse grande homem): “Os que atravancam o caminho...”, não foi ficção científica ou invenção da minha mente.
Compreendo que, talvez, sua dificuldade em interpretar o título seja apenas uma mostra dessa incapacidade de compreender as coisas, como deva ser, por exemplo, a postura de um Parlamentar.
Quero deixar claro que eu mesma escrevi a matéria no meu blog, que ao contrário do que o senhor insistentemente afirmou na Tribuna, não pertence a outra pessoa. Pertence a mim- jornalista formada e atuante na minha área-   e ao meu público leitor.
Cada trecho ali exposto (com exceção da última linha, que refletiu minha análise sobre o seu lamentável comportamento no Plenário, depois que assumiu o “mandato tampão”) diz respeito às falas suas e de outros vereadores que, em embates diante de suas colocações, acabaram tendo que usar de um tom mais severo em relação à sua pessoa.
O que estranha é o tamanho  destempero de um jovem político - que ainda, sequer, teve o prazer de ser conduzido à Câmara pela maioria de votos necessária ao seu mandato-  diante do fiel relato  de cenas presenciadas pela imprensa na Câmara e  diante da crítica democrática à forma como o senhor vem agindo em Plenário.
Entendo que a imaturidade dos seus vinte e poucos anos possa dar certa sombra a essa descompostura, mas não aceito e nem  aceitarei que isso se ponha como desculpas para o uso de expressões que queiram desqualificar o trabalho da IMPRENSA LIVRE capaz de buscar, no atual cenário de ditadura disfarçada que Juazeiro tem vivido, forças para continuar atuando.
Quero dizer, Excelência, que afirmar que uma publicação seja “mentirosa” quando ela está absolutamente respaldada com provas reais (o senhor deve ter ouvido a prova disso no âmbito interno da Câmara) pode lhe render alguns ônus.
Afirmar que o jornal é “panfletário”, quando ele não está simplesmente reproduzindo o coaxar dos pântanos escuros da velha política rançosa  que deve ter sido academia da sua aprendizagem soa a duas questões bem simples:
Primeiro -o seu perfil não deve ser mesmo de um leitor assíduo. Se essa prática fizesse parte do seu dia a dia, a linguagem seria mais apurada, sobretudo na função Parlamentar a que se aventurou, apesar do mais absoluto despreparo. Sendo leitor verdadeiramente, teria sabido da quantidade de questões sociais relevantes que já foram levantadas pelo jornal Folha do São Francisco em apenas 1 ano e meio de circulação. Idosos maltratados no transporte urbano, crianças drogadas e jogadas nas ruas, agressões ao meio ambiente e a comunidades ribeirinhas, violência e gangues nas escolas públicas, gravidez na adolescência, dentre muitos temas que, certamente, ainda não fazem do seu repertório de importância.
Segundo -o uso da palavra “jornal panfletário” com tom unicamente pejorativo mostra sua absoluta ignorância quanto ao fato de, em vários momentos da história da imprensa do Brasil e do mundo, terem sido os chamados ‘panfletários’ que romperam a barreira do silêncio das ditaduras. Foram os ‘panfletários’ que conseguiram, na prática, manter a população informada sobre temas que o poder insistia em deixar escondidos nos porões.
Para ajudar, um pouco, na sua ainda frágil formação intelectual, posso dar um exemplo emblemático do que digo:
Quando a ditadura militar tomou conta do país (o senhor na tinha nascido ainda, mas certamente já sentiu reflexo desse período em sua formação) e a grande mídia teve ou quis curvar-se ao poder, foram os tais “panfletários” – como o alternativo Pasquim - que se lançaram à luta para fazer a sociedade conhecer a verdade.
Para finalizar, Excelência, quero deixar claro que minha decisão de não disponibilizar aos vereadores da oposição (dentre eles, o vereador José Carlos Medeiros, que é meu irmão) o áudio da entrevista  com a arquiteta Neide Dias para levá-lo a público foi uma mostra do quanto prezo pela ética.
Não quis expor a entrevistada, mesmo diante da ânsia de mentes como a sua, que se agarraram - por vício lingüístico do momento político que Juazeiro vive, à palavra “mentira”.
Não quis disponibilizar ao público o áudio, porque não realizei a entrevista para expor seja lá quem tenha sido. Apenas fiz o meu trabalho de jornalista. Não estou a serviço de grupo algum – nem ao seu funesto grupo, nem ao de quem se opõe a ele. Por essa razão, não disponibilizei a divulgação pública do áudio.
Assim, entendo sua frustração de não vivermos na época em que Vossa Excelência poderia invadir meu jornal, prender-me e lançar-me nos porões para uma sessão sádica de tortura. Estamos na democracia, Excelência. O senhor é jovem – terá tempo para aprender. Espero que tenha, ao menos essa capacidade.
Respeitosamente,
Vera Lúcia Medeiros
Jornalista, professora, cidadã juazeirense, cidadã brasileira.

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