Marcos Michael / Divulgação
Sérgio Cabral
Com um discurso duro, referindo-se aos bombeiros amotinados como “vândalos irresponsáveis” e “lumpesinato”, o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), creditou a motivações políticas, e não trabalhistas, o movimento que culminou na invasão do quartel central. Exaltado, Cabral disse que “esses 440″ não têm representatividade ante os cerca de 17 mil militares e ressaltou os investimentos de sua gestão em equipamentos, condições de trabalho e nos salários dos bombeiros. Disse ser incompreensível o levante porque o piso pretendido pela categoria, R$ 2 mil, já estaria prometido para dezembro. “Nosso salário não é o pior do Brasil. E, mesmo se fosse, não justificaria a entrada no quartel de maneira abominável. Levaram mulheres e filhos, de maneira covarde”. Cabral salientou eventual conotação político-partidária, afirmando que os manifestantes se deixaram seduzir por pessoas que passaram oito anos no governo e “não fizeram um quinto do que nós fizemos”. Ele se referia a seu principal desafeto, o ex-governador e atual deputado federal Anthony Garotinho (PR), que se manifestou favorável aos protestos. (Estadão)
Um comentário:
Por que o ato dos bombeiros cria um precedente perigoso
Os bombeiros assim como qualquer categoria têm o direito de pedir melhoria salarial, ocorre que por servirem junto com a PM, sob regime militar, lhes é vetado o direto à greve. Nos últimos dias o que tenho visto no Rio é um circo. Uma categoria que vem sendo “doutrinada” por políticos faz meses, chega ao ponto de rasgar sua lei militar, invadir um quartel, ocupar e inutilizar viaturas.
Ora, isso é inadmissível em um estado de direito. Imaginemos se médicos decidem fazer greve, invadir hospitais, furar pneu das ambulâncias e trancar as portas; E se um dia policiais em greve ocuparem os presídios e ameaçarem soltar os presos? Não obstante, teríamos ainda a possibilidade de Soldados do exército em greve, colocarem tanques para obstruir vias. Pergunto: Onde a sociedade vai parar? É esse o precedente que a sociedade deseja abrir com os bombeiros?
Para que não corramos esse risco há uma legislação militar que rege as FFA, Bombeiros e a PM. Independente de qualquer pleito salarial, ela tem de ser respeitada. No momento em que a sociedade permitir que essa lei seja ignorada, estará pondo em risco sua própria ordem.
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