Em média, dois animais silvestres são atropelados por dia nas vias do DF
Thaís Paranhos
Thalita Lins
Coruja-buraqueira morta no acostamento: nem as aves conseguem escapar da velocidade e da desatenção de quem trafega pelas rodovias |
Placas afixadas às margens da BR-020 anunciam a presença de animais silvestres nas proximidades. O alerta não impede que a fatalidade ocorra de forma recorrente na via. Levantamento realizado por estudiosos do Instituto Brasília Ambiental (Ibram) que fazem parte do projeto Rodofauna aponta dados alarmantes: de fevereiro de 2010 a março deste ano, foram encontrados cerca de mil animais atropelados em rodovias localizadas próximas a áreas ambientais do Distrito Federal. Isso equivale a dois animais mortos por dia.
Os animais podem deixar o habitat em busca de comida ou para fugir de um incêndio florestal, entre outros motivos. Na madrugada de ontem, por sorte, um bicho não foi morto.
Depois de um chamado dos moradores, a Polícia Militar Ambiental encontrou uma fêmea de lobo-guará no Residencial Oeste, em São Sebastião. Ela foi levada para o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), em Taguatinga Norte.
Estava bastante estressada e com a pata machucada. “O período de acasalamento da espécie é agora e o animal deve ter saído para se alimentar. Como o habitat dele está cada vez menor, pode ter chegado no meio da cidade”, explicou o comandante da Polícia Militar Ambiental, tenente-coronel Cláudio Ribas de Sousa.
Fêmea de lobo-guará encontrada em São Sebastião: em busca de comida |
Morte no asfalto
Motoristas que passam por vias de muito movimento, como a BR-020, a DF-001 e a DF-128, são surpreendidos diariamente com animais mortos na estrada. A DF-128, que liga Brasília a Planaltina de Goiás, é uma das rodovias em que mais ocorrem acidentes desse tipo.
Em uma ronda do Rodofauna, também foi observado o aumento de registros de mortes de animais por atropelamento nos períodos de chuva do DF. “Agora, estamos analisando os dados para que possamos inferir as causas desse aumento, que pode estar relacionado à paisagem no entorno da unidade de conservação, ao tráfego de veículos, às características da pista, entre outros fatores”, explicou o coordenador do Rodofauna, Rodrigo Santos.
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