Manifestação na caatinga:MAB realiza ato contra a privatização do setor elétrico no Vale do São Francisco

Um ato público saindo da Câmara de Vereadores de Sobradinho, interior da Bahia, até a sede da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf) encerrou hoje pela manhã o 1º Seminário dos Atingidos por Barragens no Vale do São Francisco. Desde ontem, dia Mundial do Meio Ambiente, cerca de 250 atingidos e atingidas por barragens dos municípios baianos de Sobradinho, Sento Sé, Remanso, Casa Nova, Juazeiro e Curaçá, além de Lagoa Grande e Santa Maria da Boa Vista (PE), discutem os impactos dos grandes empreendimentos no Vale do São Francisco.  Na caminhada pelas ruas de Sobradinho, militantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) dialogaram com a sociedade local sobre a pauta de reivindicações, que inclui a luta pela reparação dos direitos dos atingidos por barragens, a defesa do patrimônio público, a universalização da água e da energia como direitos humanos fundamentais e contra a privatização do setor elétrico brasileiro. "A nossa luta é para que a Chesf seja totalmente estatal e todos os recursos arrecadados com a geração e distribuição de energia sejam destinados às comunidades atingidas", ressalta a Coordenadora Regional do MAB, Fernanda Rodrigues. A concentração final, em frente ao escritório da Chesf, foi marcada pelo plantio de uma muda de Ninho, simbolizando o apoio do MAB aos trabalhadores do setor elétrico. "Se hoje, com a Chesf estatizada, a luta já é difícil, imaginem com a privatização do setor elétrico. A tendência é terceirizar e precarizar o trabalho", afirma a Coordenadora Nacional do MAB, Marta Rodrigues. Este ato faz parte das mobilizações do MAB que acontecem neste período em todo o Brasil, em defesa dos recursos naturais, contra a violação dos diretos humanos das populações atingidas e o avanço do Capital no país.

Por Fransivaldo Rodrigues