Hilton Coelho : “Marcaram nosso corpo, mas não escravizaram nossa alma. Venceremos!”
Coube
a Hilton Coelho, como vice-presidente do PSOL Estadual, apresentar a
Frente Capital da Resistência. Mais conhecido popularmente como Hilton
50, protagonizou um dos momentos mais emocionantes da convenção
realizada no sábado, 30.
Fez uma referência à presença de Plínio de Arruda Sampaio e de seu
“significado simbólico para a luta pelas transformações sociais que o
Brasil necessita. Lembro-me de sua lição quando da primeira vitória do
presidente Lula.
Ele disse que o Brasil precisava muito mais de uma liderança que de
um presidente. Hoje estamos aqui para afirmar que nunca abandonaremos
nosso compromisso com a luta popular. Nunca deixaremos nossos
princípios de lado e trairemos o anseio popular”, afirmou.
Hilton Coelho classificou a atual campanha eleitoral como extremamente dura.
“Estamos orçando nossa campanha em R$ 300 mil para a majoritária e
R$ 100 mil para a proporcional. Temos a certeza que não gastaremos ou
arrecadaremos tudo isso. Nossa campanha não é financiada pelas grandes
empreiteiras ou por aqueles que sugam recursos públicos que deveriam
ser gastos com nosso povo. Vamos enfrentar, sim, todas as máfias que
dominam Salvador. Esse é o nosso compromisso”.
O socialista fez uma profunda autocrítica da postura das forças que
hoje compõem a Frente Capital da Resistência (PSTU, PCB e PSOL).
“Tínhamos e temos muito mais unidade que divergências.
Deveríamos estar unidos, mas saímos separados. Hoje estamos juntos e
o projeto de uma administração socialista para Salvador será levado à
população de forma unificada mesmo com todas as dificuldades
financeiras que teremos. Em 2010, tive mais de 20 mil votos para
deputado com uma campanha que não teve uma placa espalhada pela cidade,
apenas com panfletos, e vai ser nessa perspectiva novamente, escassa de
material, mas rica de ideias e dedicação das pessoas que faremos a
atual e mostraremos que Salvador tem jeito”.
Sobre a possibilidade eleitoral da Frente Capital da Resistência,
Hilton Coelho avalia que muitos candidatos da chapa proporcional têm
densidade eleitoral para aspirar uma cadeira na Câmara Municipal. Além
de meu nome que ganhou notoriedade graças à ação coletiva, temos também
os de Marcos Mendes (PSOL), Renata Guena (PSTU) e de Sandro Santa
Bárbara (PCB), dentre outros.
“Precisamos de mandatos que representem e se articulem com os
movimentos sociais. Salvador deve deixar de ser um território de
negociata fácil, um balcão de negócios”.
Hilton Coelho finaliza lembrando a razão de ser da Frente Capital da
Resistência. “Queremos ser herdeiros dignos da história de luta de
nossa terra. Foi aqui que se deu a Revolta dos Alfaiates, a Revolta dos
Malês, a Sabinada e tantos outros movimentos no passado e no presente.
Vamos lutar para que a população assuma para si a luta de reconstrução
de Salvador e que ela seja da maioria hoje excluída”.