
Professores levaram ao desfile um boneco de Jaques Wagner nominado de 'Judas'
O governador da Bahia , Jaques
Wagner(PT) talvez não esperasse a força da resistência dos professores
grevistas do estado, dos quais o petista já cortou salários, o
credicesta(compra de alimentos) e até o atendimento do plano de saúde .
Mas, o intransigente governador baiano
não aguentou a pressão durante o desfile do 2 de Julho, a data magna do
Estado, que presta homenagem aos heróis da independência do Brasil na
Bahia: com tanta vaia que recebeu dos professores, equipados com apitos
e faixas e gritando palavras de ordem, ele abandonou o cortejo cívico
antes do final do percurso, entrou em um veículo e foi embora.
Os professores- em greve há quase dois
meses- ainda foram apoiados por alunos e parentes e por colegas de
universidades federais da Bahia, também paralisados.
Mesmo adiando, por quase uma hora, de
surpresa, a cerimônia de hasteamento da bandeira, para tentar
minimizar as manifestações de protestos dos professores da rede
estadual, que estão em greve há mais de dois meses, Wagner não ecapou
do vexame.
O episódio de fuga do governador não tirou do evento alusivo a heróis o brilho próprio dos benfeitores.
Professores grevistas da rede estadual
de ensino levaram para o desfile um boneco do Judas com o rosto de
Wagner, em protesto contra a decisão do governo de descumprir o acordo
assinado com a categoria que previa 22,22% de reajuste salarial.
Todos os candidatos à prefeitura de
Salvador participaram da comemoração, que completa 189 anos este ano e
presta homenagens aos hérois da independência do Brasil na Bahia, como
índios, negros e personagens históricos como Joana Angélica, Maria
Quitéria, e o General Labatut.
Wagner minimizou os protestos, pregando a liberdade de expressão. “O
espírito da festa é este mesmo, uma marcha popular, marcada pelas
manifestações populares”, argumentou. “Os valores da liberdade e da
democracia têm de ser enaltecidos.” Discurso semelhante adotou o
candidato do PT à prefeitura de Salvador, Nelson Pelegrino, que seguiu
o trajeto junto com Wagner. “O aplauso e a vaia fazem parte da
democracia.”
Conhecido como termômetro eleitoral, por reunir políticos e
população em um mesmo espaço, o cortejo teve a participação de todos os
candidatos à prefeitura de Salvador. Apontados como principais
antagonistas de Pelegrino, ACM Neto (DEM) e Mário Kertész (PMDB)
comemoraram a boa receptividade da população. “Se depender do calor que
estamos recebendo nas ruas, vamos vencer este ano”, disse Neto.