A privataria tucana — O resto é o silêncio ensurdecedor
Por Davis Sena Filho — Blog Palavra Livre
“O Governo tucano e neoliberal de FHC foi o governo “cavalaria de Átila”,
ou seja, por onde passava nem a grama nascia. Nunca vi tanta insensatez e
ganância no que tange a vender o patrimônio público e a falta de respeito com o
povo brasileiro. E eles estão soltos”.
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| Lula fortaleceu o mercado interno, criou empregos e pagou a dívida. FHC, o Neoliberal, vendeu o Brasil. |
Há quinze
anos, no mínimo, milhões de brasileiros sabiam e sabem que a venda do
patrimônio público brasileiro no governo do presidente neoliberal Fernando
Henrique Cardoso, conhecido também como FHC, foi e continua a ser a maior
roubalheira contra os interesses do Brasil e do seu povo trabalhador. Mesmo se
as transações fossem legais e éticas, os homens e mulheres do PSDB, do DEM e do
PPS não tinham o direito de alienar empresas gigantescas, rentáveis e
principalmente estratégicas para a segurança e o desenvolvimento do povo brasileiro.
Sempre
afirmei ainda que os tucanos emplumados e seus comparsas aliados de crimes de
lesa pátria, o DEM e o PPS, que também participaram da privatização de estatais
preciosas para a nossa independência e autonomia, como a Vale do Rio Doce e o
sistema Telebrás, deveriam estar presos, na cadeia, e dessa forma expurgados da
vida da política nacional, a bem do serviço público, além de a punição ser
também uma satisfação ao povo brasileiro e às gerações passadas, que
construíram o Brasil e depois ter de aturar pessoas completamente divorciadas
dos interesses da Nação.
A
alienação do bem público brasileiro, construído com dedicação, estudo,
pesquisa, trabalho, suor e investimentos orçamentários no decorrer do
século XX, principalmente a partir da ascensão, em 1930, do
presidente nacionalista, o estadista Getúlio Vargas, foi uma rapinagem e
pirataria, com o apoio, indelével, da imprensa privada brasileira,
aquela mesma
que até hoje considera os princípios do neoliberalismo a única solução
para
atender as demandas das sociedades, apesar do derretimento dos mercados
de
capital e imobiliário e da insolvência de estados nacionais como a
Grécia, a Irlanda,
Portugal, a Espanha, a Itália, com reflexos terríveis para países
poderosos
como a Alemanha, a França e a Inglaterra, que foi superada pelo Brasil
no que
concerne ao tamanho do PIB.
A doação
de estatais estratégicas do Brasil foi um processo estudado e depois colocado
em prática por aqueles que foram eleitos em meados da década de 1990 e nomeados
para administrar e zelar pelos nossos interesses, o que, terminantemente, não
ocorreu. A verdade é que esse processo dantesco de entrega das riquezas
nacionais e da submissão do Brasil teve seu início no governo do presidente que
renunciou para não ser cassado, Fernando Collor de Mello, que começou a abrir
com maior vigor o nosso mercado interno, bem como colocar em prática o que foi estabelecido
pelo Consenso de Washington de 1989, que começou a impor ao mundo o pensamento
neoliberal, que é alicerçado em princípios que diminuem o estado, bem como prega
a não intervenção estatal na economia.
Esses
“dogmas” foram levados a cabo pelo ex-príncipe dos sociólogos, FHC, que se
transformou no sapo do entreguismo e da aplicação nua e crua do neoliberalismo
no Brasil, com a assessoria constante e influente do homem da bolinha de papel,
o senhor José Serra, que realizou, no ano passado, juntamente com a velha
imprensa comercial e privada, a campanha presidencial de maior baixaria de
todos os tempos. Mesmo assim não conseguiu convencer o povo brasileiro, que
nunca foi trouxa e muito menos alienado ao ponto de não perceber que o Brasil
de Lula foi infinitamente melhor do que o Brasil do vendilhão e traidor da
Pátria conhecido por FHC — um verdadeiro Joaquim Silvério dos Reis, o Judas do
Brasil, o pai do neoliberalismo, sistema que, inclusive, extinguiu empregos em
vez de criá-los.
Os governantes
tucanos diminuíram as tarifas alfandegárias e retiraram quase todas as
restrições comerciais para facilitar a entrada de produtos estrangeiros. A intenção
era favorecer os grandes exportadores, o que, sobremaneira, não interessava ao
nosso mercado interno, porque quando um País privilegia demais um setor da
economia, como foi o caso do comércio exterior, os empregos são criados lá fora
e não no mercado interno. As exportações têm de ser fortalecidas e consideradas,
pois importantes, mas o mercado do Brasil é essencial para que possamos nos desenvolver. Não é à toa que o aquecimento do nosso
comércio e indústria contribuiu, indubitavelmente, para que o Brasil não
sentisse muito a crise internacional iniciada em 2008.
Não
satisfeito em vender estatais poderosas e rentáveis como a Vale do Rio Doce, as
siderúrgicas, a Telebras e as companhias de eletricidade, dentre muitas outras,
os tucanos reduziram os gastos (na verdade, investimentos) em setores essenciais
como a saúde, a educação, a moradia e a previdência. O propósito de não
investir tinha a finalidade de desviar o dinheiro para o pagamento das dívidas
externa e com os fornecedores do Governo, ou seja, os empresários e banqueiros.
A falta de comprometimento e responsabilidade desses tucanos com o País fez com
que esses setores entrassem em colapso, além de o País ainda ter de enfrentar o
famoso “apagão” durante dez meses, bem como ter grande prejuízo com o
afundamento de uma das maiores plataformas de petróleo do mundo, a P-36. Os trabalhadores sofreram
também com o congelamento do salário mínimo e não recebiam reposições salariais,
de acordo com o índice da inflação.
O
Governo
tucano e neoliberal de FHC foi o governo “cavalaria de Átila”, ou seja,
por onde passava nem a grama nascia. Nunca vi tanta insensatez
e ganância no que tange a vender o patrimônio público e à falta de
respeito e
de consideração com o povo trabalhador brasileiro. A privatização do
PSDB e do
DEM foi a maior entre os países da América Latina. E eles estão soltos,
como se
nada tivesse acontecido. Esse pessoal tucano sempre considerou
investimentos
como gastos e por isso somente atendeu as exigências do FMI e o que foi
estabelecido pelo Consenso de Washington. O neoliberalismo do Governo
FHC foi
tão radical que fez com que a “criadora” que colocou em prática o
neoliberalismo em termos mundiais, a ex-primeira ministra britânica,
Margaret
Tatcher, sentir-se uma iniciante — aprendiz de fórmulas econômicas que
permitissem
a brutal concentração de renda e de riqueza.
Os
tucanos foram generosos, evidentemente, ao conceder empréstimos a juros baixos
via bancos de fomento, como o Banco do Brasil, o BNDES e a CEF. Empresários
como Carlos Jereissati e Daniel Dantas agradeceram penhoradamente. Realmente,
aconteceu no Brasil o que já tinha acontecido no México e no Chile, país este
que foi cobaia ainda na década de 1970 do neoliberalismo, à frente desse
vampiresco processo os chicago boys do ditador sanguinário Augusto Pinochet. O governo tucano
entreguista e lacaio dos interesses dos europeus e dos EUA, não satisfeito com
tanta desfaçatez, propôs ainda a redução de direitos trabalhistas e da força de
negociação dos sindicatos. Eram metas a serem alcançadas pelo governo neoliberal,
que, porém, não conseguiu alterar ou tirar direitos essenciais conquistados
pelos trabalhadores desde os tempos do estadista gaúcho Getúlio Vargas.
O
Programa Nacional de Desestatização, o Plano Collor e a abertura do
mercado
nacional às importações foram as senhas para a desestruturação do
estado, por
meio da venda de estatais à iniciativa privada. À frente da lavagem
cerebral
estavam a imprensa e o sistema midiático. A finalidade era fazer com que
o povo
brasileiro aceitasse a rapinagem, a pirataria, a roubalheira do
patrimônio
nacional. A propaganda era constante e os jornais televisivos e
impressos
repercutiam a alienação dos bens brasileiros como se fosse uma coisa
necessária, normal, natural, primordial para o Brasil integrar um mundo
“moderno”, regulado por si mesmo, ou seja, auto-regulado e
regulamentado, praticamente sem a intervenção do estado. A resumir: os
banqueiros, os grandes
empresários dos diversos setores da economia passariam como passaram a
estabelecer as regras, as normas, inclusive no que concerne à
fiscalização, à concorrência, ao combate ao
dumping e à estabilidade dos preços. Seria cômico se não fosse trágico.
Os
estados
nacionais não podem e não devem deixar a raposa cuidar do galinheiro.
Salutar se torna também não deixar o lobo cuidar
das ovelhas. Do contrário, a vaca vai para o brejo. E foi. O foi em
2008. A crise internacional “lambeu” os princípios do deus mercado e os
economistas, políticos, jornalistas, empresários e a classe média
papagaio de pirata e de direita acabaram com os burros na água, e
perceberam que o neoliberalismo não tinha e nunca teve princípios,
porque não
os tem, não os possui. Sua natureza é a exploração de poucos sobre
muitos. Quem
considera o mercado e os números mais importantes que o ser humano não
pode
vencer, porque a riqueza é intrínseca à condição humana, maior e única
responsável pela riqueza ou pobreza da humanidade.
O Brasil teve a infelicidade de ser por quase quarenta anos comandado pelos monetaristas, a começar por Eugênio Gudin e Roberto Campos. Terminou mal, nas mãos de Pedro Malan, cujo chefe era o presidente neoliberal Fernando Henrique Cardoso, que, além de estar solto, tem a cara-de-pau de dar palpites que ninguém quer ouvir, porque as pessoas não são bobas ou trouxas para sempre. Quem o ouve é a Folha de S. Paulo, a Veja, o O Globo e seus congêneres. Eles ainda estão nas décadas de 1970/80 e principalmente na de 1990, quando os tucanos venderam o País e eles apoiaram tal roubalheira sem pestanejar, afinal são golpistas desde os tempos de Getúlio Vargas.
O golpismo, o entreguismo, a subserviência, o complexo de vira-lata são o
DNA deles, suas impressões digitais. Essa gente tem orgulho de ser
colonizada e por isso não tem resquício de vergonha. O caso da Chevron
que
derramou óleo na Bacia de Campos e o golpe de estado em Honduras são
episódios
emblemáticos do servilismo e da mente imperialista dos donos dos meios
de comunicação
brasileiros e de seus jornalistas de confiança, que chegam ao cúmulo de
não
reconhecer os avanços do Brasil nos últimos anos apesar dos números
gigantescos
nos aspectos social e econômico.
Muitos
afirmam
que as ideologias acabaram e eles são extremamente ideológicos e de
direita. A censura da imprensa velha, comercial, corporativa e privada
(privada
nos dois sentidos, tá?) ao livro “A Privataria Tucana” de autoria
do jornalista Amaury Ribeiro Júnior, que vendeu em apenas quatro dias
mais de 30
mil exemplares, demonstra que a imprensa, a mídia, não está interessada
em combater
a corrupção como ela apregoa no Governo Dilma e apregoou no Governo
Lula. A
imprensa, definitivamente, mostrou quem ela é e a quem ela serve. O
poder
midiático privado serve aos ricos, aos interesses do grande capital
internacional e nacional e combate, ferrenhamente,
todo e qualquer governo trabalhista do Brasil e do exterior. A imprensa
censura
a si mesma quando percebe que os interesses de grupos empresariais,
inclusive
os dela, estão em xeque, como ocorre no momento por causa do livro do
Amaury.
O
silêncio da imprensa é ensurdecedor e rompe os tímpanos do bom senso, da verdade,
do jornalismo e do interesse público. Contudo, a imprensa de negócios privados censura a si mesma e silencia para que
a corrupção tucana e dela mesma não se dissemine por todos os segmentos
sociais. Essa realidade acontece porque a imprensa entreguista tem lado, é
partidarizada, além de ser useira e vezeira em manipular, distorcer, dissimular
e até mesmo mentir para ter seus interesses e dos grupos os quais representa
sejam concretizados.
Os barões midiáticos não se fazem de rogados e impõem o
silêncio ao povo brasileiro sem se preocuparem, entretanto, com sua credibilidade futura, porque
apesar de a blogosfera sistematicamente desmenti-los, a velha imprensa
alienígena continua a demonstrar sua falta de compromisso com o Brasil e o seu povo, e por isso vai continuar a exercer seu papel de ponta-de-lança dos interesses do capitalismo internacional, bem como ser indutora de conspirações, principalmente contra os
nacionalistas e trabalhistas, que ocupam, no decorrer da história, a cadeira da
Presidência da República. É isso aí.

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